Segundo a edição da revista Veja que circula neste fim de semana, o chamado ‘palácio’ de Planaltina têm reunido figurões do poder para reuniões decisivas em Brasília.
O “Rancho do Tomaz” fica a 75 quilômetros do Palácio do Planalto. Quem chega pela entrada principal não tem noção de quanto o local é aprazível. Um portão de ferro e um muro de quase 3 metros de altura.
O dono da propriedade e anfitrião dos eventos é o brasiliense Willer Tomaz de Souza. É um desconhecido do grande público, mas um advogado de muito sucesso na capital do país. O escritório dele, um dos mais luxuosos da cidade, tem uma lista de clientes de fazer inveja às bancas mais tradicionais. Ele defende o presidente da Câmara, Arthur Lira, além de dezenas de deputados, senadores e governadores.
Duas décadas atrás, Willer era dono de um pequeno comércio nos arredores de Brasília. O negócio ruiu, ele decidiu cursar direito, abriu um escritório e fez fortuna na mesma velocidade com que arregimentou amigos influentes na política e no Poder Judiciário
A lista de relacionamentos do advogado inclui juízes, desembargadores e até ministros de tribunais superiores.
Comenta-se que passa por lá a elaboração de listas de indicações de ministros para cortes superiores e desembargadores para os tribunais federais
O advogado já foi preso e acusado de corrupção. Para ele e para muitos de seus atuais clientes, o dia 17 de maio dificilmente será esquecido. Nessa data, há quatro anos, o Brasil sofreu um tremendo abalo ao serem divulgados os detalhes do acordo de colaboração premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa JBS
Willer, segundo os delatores, teria sido o responsável pelo suborno ao integrante do Ministério Público
No acordo de colaboração, assinado em 2017, os donos da JBS apresentaram 118 anexos, como são chamados os capítulos que resumem os segredos que o delator se compromete a revelar. Num deles, o de número 11, Joesley relatou que o procurador da República Ângelo Goulart Villela recebia dinheiro para vazar informações de interesse da empresa e influenciar nas decisões de um juiz federal
O suborno, repassado por Willer Tomaz, envolvia o pagamento de uma mesada de 50 000 reais e um bônus de 1,5 milhão de reais. O advogado é processado por corrupção ativa.
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O responsável pela contratação dos serviços do procurador, segundo o empresário Wesley Batista, era o próprio Willer Tomaz, que recebeu 4 milhões de reais para usar sua experiência, sua influência e, já naquela época, sua extraordinária rede de contatos para evitar que os processos contra a empresa avançassem na Justiça.
E ainda tem senador que não quer a CPI da Lava Toga…