Obras integram série de projetos que vão facilitar a vida de cerca de 275 mil pessoas, com geração de 760 empregos diretos e indiretos
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O transporte público coletivo do Distrito Federal tem uma série de projetos na fila que vão melhorar a mobilidade urbana na capital. Entre eles estão as construções de cinco novos terminais rodoviários e a reforma completa do terminal Gama Centro, que já está com o edital de licitação em análise. Em Santa Maria, a construção já começou. E os projetos dos terminais de Arapoanga, Itapoã, Sol Nascente e Varjão estão em fase final de elaboração, com previsão de início das obras ainda neste ano.
Juntas, as obras vão proporcionar cerca de 760 empregos, entre diretos e indiretos. Sol Nascente/Pôr do Sol, Gama, Itapoã e Arapoanga têm estimativa de criação de 140 vagas. Já Varjão e Santa Maria devem gerar, respectivamente, 80 e 120 empregos diretos e indiretos.
Mais de R$ 14 milhõesforam investidos na construção de quatro dos seis terminais
O investimento projetado para quatro das seis obras supera R$ 14 milhões (R$ 14.289.378,25, mais precisamente). As projeções puderam ser feitas em Santa Maria (R$ 4,8 milhões), Gama (R$ 4,6 milhões), Itapoã (R$ 3,9 milhões) e Varjão (959 mil), pois tais regiões administrativas estão em estágios mais avançados de execução. Já Arapoanga e Sol Nascente/Pôr do Sol ainda não têm projeto pronto, o que inviabiliza o cálculo.
Os seis novos terminais beneficiarão cerca de 275 mil moradores das regiões administrativas, com obras adequadas a todas as regras de acessibilidade e que garantem mais segurança e conforto para os usuários do transporte coletivo. Além disso, os terminais valorizam e desenvolvem seus arredores, com novas oportunidades de negócios.
“São obras importantes e que, em conjunto com outros projetos que estão sendo desenvolvidos pela secretaria [de Transporte e Mobilidade], irá melhorar o transporte coletivo no Distrito Federal e assim dar opção ao usuário de deixar o seu carro em casa e usar o transporte público”, explicou o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro.
Confira agora a situação de cada projeto dos terminais rodoviários.
Obra chega aos 30% em Santa Maria
A construção do terminal rodoviário de Santa Maria teve início em março deste ano e está com 30% do cronograma executados. É a concretização de um antigo sonho dos usuários do transporte público coletivo da cidade.
O terminal vai beneficiar os mais de 120 mil moradores de Santa Maria, devendo ser um novo polo de desenvolvimento no local. A estrutura é construída em terreno com área total de 16.015,43 metros quadrados, na Quadra 401, onde antes era o estacionamento do ponto final dos ônibus.
“Achei ótimo quando recebi a notícia da construção, porque é um transtorno pegar ônibus ali no estacionamento”, disse Alexandre Henrique de Carvalho Reis, que trabalha com fotografia e costuma embarcar em uma linha que vai até a estação do BRT. Morador desde criança na Quadra 302 de Santa Maria, próxima ao terminal, ele conta que toda manhã um grande número de estudantes e trabalhadores sofrem para embarcar naquele local.
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“Nessa época de seca é ruim porque tem poeira e calor, mas na época da chuva é ainda mais complicado. O lugar tinha apenas um pequeno abrigo e as pessoas eram obrigadas a tentar se proteger em lojas próximas. E, para piorar, os ônibus saíam uns para um lado, outros para o lado oposto. Se a pessoa não tivesse conhecimento, não conseguia embarcar. Estamos temporariamente tendo de pegar os ônibus em outras paradas, mas, quando o terminal ficar pronto, será bom porque vai acabar com essa desorganização”, acrescentou Alexandre.
A Rodoviária de Santa Maria será ponto de partida de 14 linhas de ônibus circulares e linhas alimentadoras do BRT. Pelo local passam pelo menos 72 ônibus que fazem 419 viagens de segunda a sexta-feira, 332 aos sábados e 193 aos domingos. O novo terminal também poderá ser utilizado para fazer a integração com as linhas do semiurbano do Entorno do Distrito Federal.
O terminal terá plataformas com dez boxes para embarque e desembarque, além de 53 vagas para estacionamento de ônibus na fila de espera. O estacionamento público contará com 60 vagas para veículos e 25 vagas para motos, além de um módulo paraciclo com 70 metros quadrados. Também serão construídos dois banheiros públicos com acessibilidade e o espaço para uma lanchonete.
O GDF está investindo R$ 4,8 milhões na construção, cuja conclusão é esperada para 2021.
Licitações em andamento
Outros dois terminais com licitação em andamento serão construídos no Varjão e no Itapoã. As cidades não contam com estruturas rodoviárias adequadas e isso passou a ser uma reivindicação constante da população.
“É uma demanda muito antiga da comunidade. Eu cheguei a participar de reuniões com a Semob para expor a necessidade de um terminal no Varjão. Nós precisamos muito de um local mais confortável por aqui”, explica Maria Lúcia da Costa, moradora do Varjão há 46 anos.
Para a moradora do Itapoã, Ágatha dos Santos, o novo terminal vai trazer mais segurança e facilidade no acesso a outras regiões administrativas. “Uma estrutura rodoviária é necessária por aqui. Com a chegada de um terminal no Itapoã, os moradores terão facilidade no acesso para outras cidades. Além disso terei mais segurança ao pegar ônibus, pois saio de casa às 6h da manhã para ir à faculdade e não vou precisar caminhar tanto para pegar um ônibus para o Plano Piloto”, afirma.
O Governo do Distrito Federal ouviu e a solicitação da Maria Lúcia, da Ágatha e de tantos outros usuários do transporte foi atendida. O Terminal Rodoviário do Varjão será erguido em um terreno de 1,4 mil metros quadrados, localizado no Lote 1, Conjunto H, Quadra 10.
Atualmente, os passageiros da região e os colaboradores do sistema fazem uso de um ponto de soltura (ponto final) informal e sem a infraestrutura adequada. O novo espaço vai oferecer mais conforto e beneficiará os quase 8 mil moradores da cidade.
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O novo terminal contará com salas administrativas, lanchonete, banheiros adaptados com acessibilidade, paraciclos e sete pontos de estocagem. Atualmente, quatro linhas passam pelo local com 164 viagens nos dias úteis, cem aos sábados e 72 aos domingos. Além das linhas que operam na região, a linha 141.7, que atende a Paranoá e Itapoã, também passará pelo novo terminal.
As obras têm previsão de início para este ano, com prazo de conclusão em 180 dias. O investimento estimado é de R$ 959.218,25.
Já o Terminal Rodoviário do Itapoã será construído na Área Especial, Quadra 203, ao lado da garagem de ônibus que, atualmente, é utilizada pela concessionária que atende ao local. A região não possui ponto de soltura e este também será o primeiro terminal da cidade.
O novo espaço vai beneficiar cerca de 65 mil pessoas. Será construído em um terreno com 9,5 metros quadrados que contará com seis plataformas, seis pontos de estocagem, 33 vagas para veículos, 20 vagas para motos, paraciclos, banheiros com acessibilidade, lanchonete, bicicletário e salas administrativas.
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Atualmente, a cidade do Itapoã é atendida por três linhas com 111 viagens. Com a nova estrutura, outras linhas sairão da região oferecendo ampliação de cobertura. As linhas que atendem ao Condomínio La Font e o Terminal do Paranoá também passarão pelo local. Além disso, o novo terminal também passará a atender ao residencial Itapoã Parque, que está em fase acelerada de construção.
O investimento da obra é de R$ 3.930.160,00. A previsão é de que a construção comece ainda neste ano e dure 540 dias, considerando-se o primeiro dia de trabalho.
As propostas de licitação de ambas as regiões administrativas (Varjão e Itapoã) já foram recebidas e estão sob análise da comissão examinadora. A conclusão do processo está prevista para outubro.
Expectativa em Arapoanga
O setor mais populoso da Região Administrativa de Planaltina também terá seu próprio terminal rodoviário. Arapoanga tem cerca de 46 mil habitantes e, nos horários matutinos de pico (entre 5h e 9h), a estimativa é de que ocorram 115 partidas de ônibus nas proximidades de onde será construída a rodoviária, com média de 7,3 mil passageiros atendidos por dia. O projeto para construção do terminal está em fase de conclusão.
Moradora de Arapoanga há 15 anos, a auxiliar de limpeza Ângela Almeida entende que o terminal será importante porque deve aumentar a quantidade de linhas e de viagens. Ela mora na Quadra 13 e conta que costuma pegar ônibus longe do local onde será construída a rodoviária. Mesmo assim comemora a notícia.
Assista ao vídeo:“Muita gente reclama de falta de ônibus, de ônibus lotado. E, quando a gente perde uma viagem, demora passar outro, daí chega atrasada ou perde o dia. Com o terminal todo mundo vai ganhar, porque vai aumentar a quantidade de linhas”, comemorou.