Dia do condutor de ambulância é comemorado em 10 de outubro
JOSIANE CANTERLE
O Dia Nacional do Condutor de Ambulância foi celebrado neste sábado (10). Muitas perguntas vêm à mente quando uma ambulância aproxima-se com as sirenes ligadas em meio ao trânsito. Mas, nesse momento, a única resposta que importa é dar passagem imediatamente. Não importa se a ambulância está a caminho de um resgate ou levando um paciente para uma unidade de saúde. Tudo o que importa é que esse atendimento aconteça o mais rápido possível e, para isso, o caminho para o condutor precisa estar livre.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as ambulâncias têm prioridade de trânsito e livre circulação. Isso está previsto no artigo 189 do CTB, Lei nº 9503 de 23 setembro de 1997, que veículos de socorro como ambulâncias e carros de resgate possuem prioridade de passagem no trânsito, quando devidamente identificados e com alarme sonoro ligado.
No entanto, nem sempre isso ocorre. “O que a gente tem de maior dificuldade é isso: o tempo que leva para esse deslocamento por conta dos outros motoristas não darem passagem para ambulância”, lamenta o condutor socorrista do Samu, Jenecy José dos Santos.
Conforme sua experiência, infelizmente nem todos praticam o que é recomendado, o que afeta diretamente no trabalho e no sucesso do resgate. “É como a gente fala: cada minuto importa para essa vida, para esse familiar que está esperando. O que a gente pede é que todos tenham empatia com o próximo”, comenta Jenecy.
Essa agilidade no atendimento é reforçado pelo médico pediatra do Samu, Luís Henrique Jorge e Costa. Ele ressalta que, ao receber o chamado, a equipe não sabe a real situação do paciente e a agilidade para chegar ao local de atendimento é primordial.
“A demora pode ser decisiva na sobrevivência ou não nas paradas cardiorespiratórias, engasgos ou nos traumas. Na maioria dos nossos atendimentos, controlamos a situação de emergência no local e conseguimos fazer um transporte com mais tranquilidade à unidade de saúde”, conta o médico pediatra.
Acidentes de motocicleta, automobilísticos e queda de altura estão entre os atendimentos mais comuns prestados pelos socorristas do Samu.
Por trabalhar no socorro especializado de pacientes pediátricos, o médico destaca o quão importante é facilitar o trabalho do condutor, pois muitos dos pacientes são prematuros, o que exige maior cuidado e estabilidade.
“Nesses casos não aceleramos muito, tentamos manter a velocidade constante e precisamos da cooperação dos motoristas para dar a passagem com antecedência, quando damos sinal de luz à distância. Um condutor desatento pode forçar a ambulância a freadas bruscas, o que pode levar a sangramentos intracranianos ou outras lesões importantes desses pequenos pacientes”, explica Luís Henrique.
Penalidades
Está previsto no Código de Trânsito Brasileiro, artigo n° 189, penalidades aos que não derem passagem para uma ambulância que está de serviço. Segundo o agente de trânsito Luiz Fabiano Costa, além dos motoristas estarem cometendo uma infração gravíssima com penalidade de sete pontos na carteira, o motorista recebe uma multa no valor de R$ 293,47.
“Infelizmente, muitos não tem consciência que um segundo a mais para uma ambulância pode salvar a vida de uma pessoa. Por isso, depende muito do motorista não ficar no caminho. Os veículos devem dar passagem e, no caso dos pedestres, devem aguardar para fazer a travessia enquanto uma ambulância estiver passando”, recomenda o agente de trânsito.
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF